Devaneios da Alma

Gente grande

As pessoas grandes são estranhas:
Veem corpos e não almas; contam piadas e não histórias; vendem sorrisos suplicantes e olhos chorosos.

Será que não veem que o relógio ainda bate? Será que não percebem que no céu há muito mais do que lâmpadas fracas e nuvens escuras? Será que se esqueceram das milhões de estrelas que os cercam dia após dia? Estrelas que vivem só para iluminá-los, mas que morrem sem que sejam vistas? Porque vivem com milhares de rosas mas não cativam nenhuma.

Talvez, tenham medo de chorar, de enfrentar, de ser, de amar. Talvez, sintam-se sós nessa selvagem floresta de pedras.
Talvez, tenham perdido a noção de mundo, de tempo, de singularidade.
Tentam tanto ser, estar, permanecer; ligar-se a algo. Mas nunca são.

Esquecem-se de que, às vezes, tudo do que precisam é de afago; de que, na vida, o que mais conta é o abraço, de que, em meio ao tumulto, a calmaria é bonança.

Se apenas parassem, por um único minuto, perceberiam que o que sempre procuravam estava logo ali. Que suas rosas estavam prontas para serem cativadas; que as estrelas brilham para que cada um encontre a sua. Que a alegria estava logo ali, dentro de si mesmo.

-Younger You

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